O dia que levei um soco no estômago
Eu não fazia ideia na hora, mas ele marcaria o começo de uma nova história
Era um dia de semana qualquer, eu vivia em Milão a pouco mais de 1 ano com meu marido, ainda claro lá fora do nosso apartamento, provavelmente já era verão, porque os dias lá escurecem bem tarde nessa época do ano, quando meu marido chegou.
Me lembro como se fosse ontem que eu estava no sofá da sala, ele veio até mim, me deu um beijo, como sempre, e me falou:
“oi, tudo bem?”
Eu, como de costume, lhe respondi:
“não, estou com dor x”.
Quando digo “de costume” é porque eu realmente sempre respondia que algo estava doendo ou incomodando, minha vida era essa, sem exageros.
Até os meus 25 anos, meus dias se resumiam a medicar dores, me sentir fraca e cansada, planejar a próxima cirurgia, odiar as segundas-feiras, e discutir em rodas de amigos quem estava mais ferrado (ps: eu sempre ganhava).
Era desesperador, me sentia vulnerável, fraca, sem perspectiva de melhora e, de verdade, esse era meu normal, era só o que eu conhecia. Sempre havia sido assim e à minha volta todas as pessoas estavam contando seus problemas de saúde. Uma vida sem sintomas era utopia na minha cabeça.
Poderia ter passado batido como tantas outras vezes, mas ele sentou-se ao meu lado e como que “de brincadeira” me disse:
“Amore, será que algum dia vou perguntar se você está bem e você vai responder só que “sim, tudo bem e você? Eu acho que desse jeito você não chega aos 30”.”
Soco no estômago.
Foi isso que eu senti.
Meu estômago até revirou, uma mix de vergonha por estar sempre reclamando - tenho horror de ser essa pessoa - e, pela primeira vez, medo pavor de realmente estar deixando minha vida escorrer pelos meus dedos, sobrevivendo ao invés de viver.
E junto com ele (o soco), uma chave emperrada há tanto tempo, virou dentro da minha cabeça. Juro que me lembro da sensação, como se passasse um filme na minha mente de tudo que eu poderia ser e fazer e não estava nem sendo e nem fazendo porque vivia apagando incêndios de saúde e murmurando (com razão).
Naquelas poucas e sábias palavras do meu marido, percebi que…
durante toda minha vida eu me acostumei a estar mal, normalizei sintomas, normalizei viver a base remédios, normalizei viver em sofrimento. Aquela sensação era conhecida para mim e eu aceitava como normal porque nunca tinha vivido de forma diferente.
Mas as lentes com que eu enxergava o mundo, antes embaçadas pelos exemplos que tive próximos a mim, agora pareciam limpas. De repente eu consegui enxergar com clareza a leveza e a paz de pessoas desconhecidas que se divertiam, corriam no parque, se exercitavam, faziam trilhas na montanha, esquiavam, e estavam BEM, dispostas, com fôlego, com ânimo de vida.
Aquele tipo de vida que antes eu acreditava ser utopia e, por isso, nem desejava, começou a brilhar meus olhos. Eu não sabia como, mas sabia que queria aquilo e que faria o que fosse preciso para alcançar. Eu me tornei determinada sedenta em encontrar a minha cura e viver sem sintomas diários!
Sede de VIDA
De saúde
De bem-estar
Disposição
Alegria de viver
Eu queria de verdade dizer:
“estou bem, e você?”.
Queria acordar com energia, manter a disposição durante o dia, ter sono na hora certa, ter fôlego e bem-estar pra curtir as viagens, não depender de remédios o tempo inteiro, não me sentir inchada, pesada, letárgica, constipada.
Eu queria PAZ.
A paz que (entendi depois) só a saúde pode dar.
O sistema de medicina ayurveda, com o qual trabalho hoje, foi construído nessa base. Sua criação teve justamente esse objetivo: acabar com o sofrimento humano, trazer saúde e paz, para que - a partir daí - nós pudéssemos cumprir nossos propósitos de vida, nossos porquês e por “quens”. Para essa medicina:
Uma vida sem saúde é uma vida inútil, não benéfica e sofrida. O motivo de estarmos aqui é para sermos úteis e benéficos para os nossos, para a natureza, para o mundo e - sobretudo - para nós mesmos. Sem saúde nosso foco é outro, nossa visão embaça, nossas escolhas se tornam errôneas.
Foi esse soco no estômago num verão milanês, junto com essa chama de vida que se acendeu, que me deu munição para começar a busca pela minha cura.
Foi o soco no estômago que me levantou do sofá e me fez querer mais da vida.
E foi na medicina ayurveda, na simplicidade do estilo de vida que ela propõe, que enfim, a minha paz chegou, a minha cura me encontrou, o meu corpo voltou a ser templo sagrado.
Eu não vou entrar em detalhes agora porque senão essa newsletter vira um livro, mas minha busca não começou por ai, eu testei muitas coisas, cai em muitas ciladas, fiz muitas restrições sem sentido, me frustrei.
Conhecimento não liberta como dizem por ai. Ainda mais na nossa era onde a informação chega rápido demais e em massa.
Eu me perdia em tantas regras e protocolos, me confundia, aplicava de tudo um pouco, sem direção, sem método e - principalmente - sem saber se tudo aquilo fazia sentido para mim, para o meu corpo, para a minha realidade.
O ayurveda me tirou da confusão.
Me colocou, pela primeira vez, em posição de observadora de mim.
Me ensinou a calar as vozes externas que me diziam o que fazer e o que não fazer, e a botar megafone no meu próprio corpo. A enxergar sintomas como sinais, desconfortos como direção e esse corpo que me carrega como um mapa de cura, um guia, um território sagrado a ser habitado, escutado e respeitado.
Tudo o que eu havia aprendido e sustentado como verdade absoluta a minha vida toda foi desconstruído.
Eu comecei a me tornar CONSCIENTE, através das ferramentas que tive acesso por meio dele, de quem eu era, qual era minha constituição [minha natureza elementar: dosha predominante), quais eram meus desequilíbrios e tendências que eu tinha a sintomas e doenças, como o clima, a região, a comida, as rotinas influenciavam meu físico e meu psicológico, como eu mesma tinha responsabilidade e, por isso, o domínio, em tudo o que acontecia comigo.
Olha que presente:
eu descobri que EU ERA A MINHA MAIOR FONTE DE CURA.
E, mais que isso, descobri meu “como”. Que não é o mesmo como da minha mãe, nem da minha irmã, nem do meu marido, nem de ninguém.
Meu corpo é único. Minhas necessidades também.
De todas as coisas que o ayurveda me ensinou, essa foi a mais significativa e é o que sustenta o estilo de vida que construí e que marcou minha nova história:
História de superação, transformação, ressignificação e cura de todo o meu ser, de dentro para fora, como tem que ser.
As vezes senhora, é só disso que você precisa: um soco no estômago, ou um caminho simples de autodescoberta e retorno a si.
Se você, leitora, ainda hoje sente que sua paz foi substituída pela normalização de dores crônicas, sintomas diversos e desajustes, espero que - com o meu relato de coração aberto e em toda minha vulnerabilidade - você renove sua esperança de que uma vida sem sintomas diários e com bem-estar real não é utopia, só porque seu ambiente te mostra o contrário.
Eu estou aqui, do outro lado, te esperando para trilhar contigo esse caminho de autodescoberta e autonomia da própria saúde.
Escolhas conscientes nascem da escuta ativa do seu corpo.
Se isso de alguma forma despertou algo ai dentro, te encontro na minha mentoria TRAVESSIA: DO SINTOMA AO SENTIDO.
As aplicações estão abertas neste link: TRAVESSIA: do sintoma ao sentido
Iara é mentora de estilo de vida e ayurveda para mulheres e terapeuta integrativa.
Ela também é host do podcast AYUcast que já está na sua 2a temporada e escritora do livro digital Cozinhando com Ayurveda: sua saúde a um passo de distância, que ensina de forma simples tudo o que você precisa saber sobre alimentação de acordo com o ayurveda e conta com mais de 40 receitas, para almoço e jantar, fáceis, deliciosas e perfeitas pra manter sua digestão maravilhosa.
Ela acredita que a cura do corpo e da mente só acontece quando você volta a morar dentro de si.
Por isso, seu trabalho principal se baseia em acompanhar mulheres numa jornada de reconexão com o próprio corpo, ensinando-as a ouvir e traduzir os sinais que ele dá para construir seu próprio caminho de cura e bem-estar, com escolhas conscientes e hábitos que fazem sentido para a individualidade de cada uma delas, sem regras rígidas, nem protocolos generalizados.
A pergunta de ouro é: você está pronta para ter o domínio sobre seu próprio bem-estar?
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